quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

O mistério de Fátima

Gente, é impossível não notar o cabelo da Fátima Bernardes!

1. Eu sou mulher. Observo essas coisas.
2. Eu sou um ser humano que tem momentos de futilidade como qualquer outro.

Voltando ao assunto: nos últimos dias, o cabelo dela está muito esquisito, cheio, armado e com as pontas espetadas. Uma mulher que: tem dinheiro de sobra para deixar o cabelo maravilhoso; trabalha numa emissora que prima pela qualidade – pelo menos estética – de seus produtos e aparece cinco vezes por semana na casa de milhões de brasileiros em horário nobre, no telejornal mais importante do país, deveria ter um cabelo no mínimo fabuloso.

Há algum tempo, se não me engano nos primórdios da escova progressiva, criou-se um bafafá em torno do cabelo dela, que havia mudado de repente. Desta vez, eu nem sei especular o que pode ter sido. Parece escova mal feita, quando as pontas ficam duras e o cabelo fica cheio. Quero ressaltar que gosto dela, considero-a muito simpática e competente. Mas que tanto ela quanto a produção estão sendo infelizes no penteado dos últimos dias, isso, estão.

Redução uma ova

Toda vez que algum menor de idade participa de um crime cujas proporções chegam ao patamar a que chegaram as proporções do caso do menino arrastado por sete quilômetros, alguém volta à tal redução da maioridade penal. Sou radicalmente contra.

Sei que alguns garotos de 16 e 17 anos podem ser piores que muitos bandidos experientes, mais cruéis e impiedosos. Sei que “se um menino de 16 anos pode eleger um presidente, ele pode pagar pelo que faz”, como alega a maioria dos que defendem a medida. Claro que deve pagar pelo mal que faz, mas não em condições subumanas. Dirão que não foi humano também o que fizeram à criança, mas ainda acredito que não se deve apresentar a um adolescente, por mais grave que sejam os crimes cometidos por ele, o sistema carcerário podre do Brasil.

A questão é: não adianta tapar o sol com a peneira, adotando medidas paliativas sem atingir o cerne do problema e fingir que vai resolver. Todo mundo sabe que neste país boa parte dos governantes toma providências a curto ou médio prazo, sem investir corretamente na melhor solução, sem cortar o mal pela raiz. O buraco, plagiando João Ubaldo Ribeiro, é abissalmentissimamente mais embaixo.

Acho que os adultos sofrem com essa bagunça que se tornaram os presídios brasileiros. Superlotação, maus tratos, péssima infra-estrutura etc. Eu sei, eu sei que há detentos que recebem celular, droga e pizza. Também por isso acho infinitamente mais urgente construir presídios e reformar toda a política desse sistema (incluindo cursos de alfabetização e profissionalização em todas as unidades), em vez de simplesmente aumentar a população carcerária com meninos que dificilmente se recuperarão naquele ambiente (afinal de contas, o objetivo da detenção não é apenas punir, mas também devolver o “elemento” “recuperado” à sociedade?). Aí, então, fará sentido discutir redução de maioridade penal.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

O melhor do carnaval

Não tem jeito: para mim, o melhor do carnaval de Pernambuco é o bloco Quanta Ladeira. Existem o Galo da Madrugada; as troças e os bonecos gigantes de Olinda; o povo brincando nas ruas, fantasiado, como na minha cidade eu só via crianças curtindo em bailinhos de clubes fechados; grandes shows no Marco Zero e até o Rec Beat. Mas nada disso – para mim, reitero... – se compara à união de grandes nomes da MPB para cantar versões despudoradas de sucessos variados. Só vendo o Quanta Ladeira em ação para acreditar.

O bloco, que em 2007 completou 10 anos, se apresenta no espaço do Rec Beat, sempre na tarde do domingo de carnaval. Fazem parte dele Lenine, Zé da Flauta, Lula Queiroga e Silvério Pessoa. Costumam participar também alguns artistas que estejam no Recife para fazer shows incluídos na programação do carnaval e outros convidados. Neste ano, o Quanta contou com Pedro Luís, Roberta Sá, Elba Ramalho, Bráulio Tavares, Morais Moreira, Zé Renato, Arnaldo Antunes e outros. Alguns temas foram: Denny Oliveira (apresentador de TV acusado de abuso sexual contra adolescentes), Rede Globo, Prefeito do Recife (que reajustou em 47% o próprio salário. Detalhe: o prefeito João Paulo estava lá assistindo ao show), Daniela Cicarelli (que apareceu em um vídeo... ah, vocês sabem) etc etc etc. Como o blog é meu e quem decide o que é ou não impublicável sou eu, eis alguns fragmentos de que me lembro:

“Quanta ladeira, Olinda, Quanta ladeira...”
(Hino do bloco, versão para “Guantanamera”)

“Fui na rua dar uma bola / Arrumar o que fazer
Encontrar com meus amigos e ir prum bar pra beber
Arrumar umas vagabundas e botar pra f****
Chego em casa e dou um pau, se a mulher encher
Se a mulher encher
Se a mulher encher
Chego em casa e dou um pau, se a mulher encher”
(Adaptado de “Quando a maré encher”, da Nação Zumbi)

“Preu comer seu c* falta uma polegada”
(Adaptado de “Meu maracatu pesa uma tonelada”, da Nação Zumbi)

“Ai, que saudade do Recifolia
Ai, que saudade dos velhos carnavais
(...) Meu abadá caiu no esquecimento
Ai, que saudade do cordão de isolamento”
(Paródia sobre o fim do Recifolia, carnaval temporão, atualizada pela pancadaria no Balança Rolha, quando uma multidão foi ao show de Ivete Sangalo que, em cima do trio, tentava em vão conter os ânimos.)

“Fafá, Fafá, Fafá, eu quero
Fafá, eu quero
Fafá, eu quero mamar
Dá essa teta...”
(Homenagem a Fafá de Belém)

“Eu te amo, Preta Gil, eu te amo
Da bateria de rainha vai pra p*** que p****
Eu te amo, Preta Gil, eu te amo
Ninguém segura a filha de Gilberto Gil”
(...)

Impagável.

obs.: O Blog do Tas
produziu e disponibilizou no YouTube um vídeo com trechos da prévia. A homenagem a Elba Ramalho é sensacional.